Mix entre a estrada e o MTB, o gravel já virou febre para quem quer desbravar todo tipo de terreno.
Você já comprou uma bike, já escolheu onde pedalar e já chamou os amigos. Agora, está na hora de encarar o seu primeiro pedal gravel, um estilo que mistura as altas quilometragens e velocidades da estrada com os desafios e a aventura de pedalar na terra.
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“Apesar da bike gravel ser considerada um híbrido entre o MTB e a estrada, ela é também ótima para ser uma primeira ou única bike, para entrar no universo do ciclismo”, diz Filipe Lima Pinheiro, o Filipinho das nossas transmissões do Youtube.
“Além de ser uma bike que anda muito bem em estradas de terra batida, a gravel é versátil, preparada para receber equipamentos, suportes, bagageiro, paralamas. E também é um ótimo modelo para deslocamentos urbanos”, opina.
A geometria das bikes gravel não é tão agressiva quanto as das bikes de estrada, deixando a pilotagem mais fácil e confortável. Além do quê, são bikes que rendem bem em estradas de asfalto ou terra batida, mas que também encaram terrenos acidentados, com pedras ou raízes.
“Resumindo, bikes gravel são valentes e uma ótima opção para quem está começando ou para quem quer ter apenas uma bicicleta. Elas dão uma autonomia muito grande para fazer todos os deslocamentos pela cidade e e também para aventuras”, diz Filipe.
PRONTO PARA TUDO
Pedalar em trilhas traz várias vantagens: paisagens bonitas, tranquilidade e novos desafios. No entanto, estar afastado de estradas convencionais também diminui o número de pessoas ao redor, postos de gasolina, lojas de conveniência e até caminhos conhecidos para voltar para casa no caso de um imprevisto. Portanto, é preciso estar bem preparado.
Aqui, reunimos seis dicas para que você se saia bem no pedal gravel e faça um passeio seguro e divertido.
DICAS PARA SE DAR BEM NO GRAVEL
1. VESTUÁRIO
Todo mundo sabe que para pedalar, a melhor opção são sempre peças de vestuário específicas para ciclismo, justas ao corpo e flexíveis. No entanto, nem sempre podemos investir em peças novas (e caras) para em seguida usá-las na terra ou na lama.
Assim, se o seu bolso não está tão recheado no momento, escolha um par de shorts de ciclismo ou um bretelle antigo, e combine com uma camiseta ou jersey mais surrada. Pronto, você já está vestido para encarar as trilhas. Não esqueça do capacete, luvas e dos óculos escuros ou de proteção.
2. NUTRIÇÃO E HIDRATAÇÃO
O pedal gravel acontece mais longe de grandes centros urbanos, muitas vezes em trilhas ou estradas remotas. Assim, a probabilidade de encontrar uma loja de conveniência, lanchonete ou mercadinho amigo no caminho é bem menor. Por isso, é importante sair de casa já com todos os alimentos que você pretende consumir durante o pedal.
Pedalar consome muita energia. De maneira geral, o ideal é ingerir 30 a 60 gramas de carboidrato a cada hora de pedal para evitar a fadiga. Bananas, barrinhas e géis são boas opções para levar com você. Preste atenção no que cai bem para o seu corpo e prefira opções que você goste, já que se alimentar deve ser prazeroso e não uma obrigação.
E a não ser que você saiba que vai passar por pontos de reabastecimento (e às vezes mesmo assim), é importante sair de casa com água suficiente para a ida e a volta.
3. NAVEGAÇÃO
Antes de se lançar pelas trilhas mundo afora, vale estudar o trajeto e saber usar bons aplicativos de navegação. Muitas opções gratuitas, como o RideWithGPS e o clássico Strava têm opções para planejar o percurso, marcar pontos de interesse e medir sua velocidade média e outras métricas. O próprio GoogleMaps já faz a função para trajetos menores.
Importante: caso você esteja indo para lugares remotos, uma dica é fazer o download da região no telefone antes de sair de casa. Assim, mesmo se você ficar sem sinal, não fica sem mapa.
4. PNEUS
Pode ser o seu primeiro ou o seu centésimo pedal de gravel, mas a escolha dos pneus fará toda a diferença, e nem sempre é tarefa fácil. Nenhum modelo será perfeito para todas as situações que um pedal de gravel pode oferecer.
Se você pedala apenas pelo asfalto ou em estradas de terra bastante lisas, pneus finos são uma boa opção. Já para trilhas e estradas de cascalho grosso, pneus com cravo são mais confiáveis. Para ficar no meio-termo, escolha pneus “mistos”, que muitas vezes são os que vêm de fábrica em bikes de gravel e oferecem um equilíbrio que faz a função tanto no asfalto quanto na terra.
5. PNEU FURADO
A realidade é: se você vai pedalar gravel, você terá pneus furados. Então, é imprescindível estar preparado para a situação e saber lidar com ela. No “meio do nada” e possivelmente sem sinal no celular, não será possível ligar para um amigo (ou chamar um Uber) para te buscar.
Leve com você pelo menos uma câmara reserva, espátulas, um kit remendo, uma mini-ferramenta que consiga soltar a sua roda, se for o caso, e uma bomba de mão (ou cartuchos de CO2). E, se você ainda não sabe, aprenda a trocar um pneu. Agora.
6. PEDAIS E SAPATILHAS
Bicicletas geralmente não vêm de fábrica com os pedais, então você pode escolher o que é melhor para você na hora de montar sua bike. Como na maioria das bicicletas, as bikes de gravel aceitam duas opções: os pedais de clipe, em que a sapatilha se encaixa no pedal, e os chamados pedais “plataforma”, que deixa os pés soltos e você pode usar com qualquer calçado.
Se você já tem o costume de pedalar clipado na sua MTB, você provavelmente poderá usar os mesmos pedais e sapatilhas na sua gravel. Já se você preza pelo conforto no pedal, pedais plataforma são sua melhor opção. Entre suas vantagens estão a liberdade para usar os pedais em posições diferentes e a possibilidade de tirar um pé da bike com maior facilidade.
*Com informações da revista Bicycling e do portal Cycling Weekly